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CIÊNCIA DE UMA TERRA DESOLADA 2016

“Ciência de uma terra desolada” marca a atmosfera de imersão entre arquivos, relatos e imagens de um passado expedicionário e exploratório, que ao ser atualizado complexifica a relação entre o real, o fictício, o imaginado e a mémória. Uma viagem através do tempo histórico que lança olhar sobre a presença de estruturas cristalizadas na memória individual e coletiva brasileira, nos desafiando a ver em perspectiva a realidade contemporânea.

Encontrei um paralelismo entre a minha viagem e daqueles europeus no passado, cuja curiosidade pelo desconhecido os faziam imaginar um território utópico, quimérico e vasto, inesgotável de possibilidades. No entanto, em 2015 o Brasil apresentou-se como um lugar sórdido e destoante, em plena efervescência sócio-cultural e política, uma terra devastada, ainda velada de cristalizações antigas. Imagens de vísceras, fósseis e pesquisas científicas falam-nos de uma dissecação simbólica do tempo. O corpo do animal anuncia-se como um resquício de um mundo místico que já não mais existe, uma entidade insólita para o estrangeiro, que a circunda, analisa e resignifica.

 

Ludgero Almeida 2016

Texto crítico por Júlio de Paula.

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