LUDGERO ALMEIDA
“Ciência de uma terra desolada - expedição à montanha”, carvão e acrílico sobre papel Fabriano, 50x71cm, 2016
“Do Roraima ao Oniroco - fera em exposição”, tinta acrílica e óleo sobre papel Arches, 55x75cm, 2015 - Colecção privada
“Do Roraima ao Orinoco - sem querer a gente se pergunta: será que isto é mesmo terra firme?”, tinta acrílica e óleo sobre papel Arches, 55x75cm, 2015
“Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?” Série 3/8, carvão e tinta acrílica sobre papel Fabriano, 50x70cm, 2016 - Colecção COARTCO
“Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?” Série 6/8, carvão e tinta acrílica sobre papel Fabriano, 55x76,5cm, 2016
"Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?" Série 1/8 Carvão e acrílico sobre papel fabriano, 71x100cm, 2016
“Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?” Série 2/8, carvão e tinta acrílica sobre papel Fabriano, 71x100cm, 2016
“Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?” Série 5/8, carvão e tinta acrílica sobre papel Fabriano, 50x70cm, 2016 - Colecção COARTCO
"Ciência de uma terra desolada - como vivem os bichos?" Série 7/8, Carvão e acrílico sobre papel fabriano, 50x70cm, 2016
“Ciência de uma terra desolada – como vivem as plantas?”, carvão sobre papel Fabriano, 70x110cm, 2016 - Colecção COARTCO
“Ciência de uma terra desolada - lições para a libertação dos pássaros”, carvão sobre papel Fabriano, 70x110cm, 2016 - Colecção COARTCO
“Ciência de uma terra desolada - cerimônia extinta”, carvão sobre papel Fabriano, 50x71cm, 2016
“Ciência de uma terra desolada - expedição”, carvão, grafite e pastel seco sobre papel Fabriano, 70x110cm, 2016 - Colecção COARTCO
“Cerimónia na casa dos lobos”, carvão sobre papel Fabriano, 80x120cm, 2016
CIÊNCIA DE UMA TERRA DESOLADA 2016
“Ciência de uma terra desolada” marca a atmosfera de imersão entre arquivos, relatos e imagens de um passado expedicionário e exploratório, que ao ser atualizado complexifica a relação entre o real, o fictício, o imaginado e a mémória. Uma viagem através do tempo histórico que lança olhar sobre a presença de estruturas cristalizadas na memória individual e coletiva brasileira, nos desafiando a ver em perspectiva a realidade contemporânea.
Encontrei um paralelismo entre a minha viagem e daqueles europeus no passado, cuja curiosidade pelo desconhecido os faziam imaginar um território utópico, quimérico e vasto, inesgotável de possibilidades. No entanto, em 2015 o Brasil apresentou-se como um lugar sórdido e destoante, em plena efervescência sócio-cultural e política, uma terra devastada, ainda velada de cristalizações antigas. Imagens de vísceras, fósseis e pesquisas científicas falam-nos de uma dissecação simbólica do tempo. O corpo do animal anuncia-se como um resquício de um mundo místico que já não mais existe, uma entidade insólita para o estrangeiro, que a circunda, analisa e resignifica.
Ludgero Almeida 2016
Texto crítico por Júlio de Paula.